Por Redação Acontece Entorno
Valparaíso de Goiás, 31 de julho de 2025
O sistema emergencial de transporte público “Vai de Val”, lançado pela Prefeitura de Valparaíso de Goiás como alternativa temporária à falta de concessão regular, foi oficialmente suspenso nesta semana após uma série de reclamações da população. O serviço, que prometia democratizar o acesso à mobilidade urbana, enfrentou críticas desde o início de sua operação, há pouco mais de dois meses.
Segundo nota de esclarecimento publicada pela própria Prefeitura, a empresa responsável foi notificada por descumprimento contratual, após constatação de má qualidade no atendimento, falta de pontualidade, problemas nos veículos e não cumprimento dos itinerários estabelecidos.
“Desde o início do serviço recebemos denúncias de irregularidades. Por isso, exigimos providências imediatas. A empresa será responsabilizada, pois Valparaíso não aceita ser tratado com descaso”, declarou a gestão municipal.
Nas redes sociais, usuários relataram diversas falhas: ônibus com bancos quebrados, sujeira interna, longas esperas e itinerários desrespeitados. Moradores afirmam que confiar no serviço se tornou praticamente impossível, o que agravou a rotina de quem depende exclusivamente do transporte público.
“O ônibus passava fora do horário e nem sempre completava o trajeto. A gente nunca sabia se ia chegar ao trabalho ou não”, reclamou um morador do bairro Céu Azul, em comentário no Instagram da Prefeitura.
Outros relatos indicam que, além dos atrasos, havia dificuldade de localizar os pontos de parada com clareza. A comunicação visual era falha, o que confundia principalmente os idosos e os moradores que não utilizavam aplicativos de transporte em tempo real.
O “Vai de Val” surgiu como um projeto emergencial para suprir a ausência de uma empresa concessionária definitiva, com previsão de operar até 33 ônibus ao longo da atual gestão. A ideia inicial era ousada: criar um modelo de mobilidade mais acessível, moderno e digno para a população de Valparaíso.
Porém, na prática, a execução ficou muito aquém da expectativa. Diversas denúncias chegaram à ouvidoria e às redes sociais, colocando em xeque a capacidade da operadora contratada de manter o padrão mínimo de qualidade exigido.
Com a suspensão do serviço, a Prefeitura sinalizou que poderá abrir novo chamamento público emergencial, caso a empresa atual não regularize a situação de forma imediata. Ainda não há previsão de retorno do “Vai de Val”, o que preocupa usuários que estavam se adaptando ao novo sistema, mesmo com suas falhas.
A gestão reforçou que seguirá cobrando rigorosamente o cumprimento dos contratos em vigor e afirmou que não irá tolerar empresas que não garantam segurança, qualidade e compromisso com a população.
A paralisação do serviço reacende o debate sobre a urgência de soluções permanentes para o transporte público de Valparaíso. O município, que cresce aceleradamente e integra o Entorno do DF, precisa de um sistema estável, com frota adequada e atendimento humanizado.
Enquanto isso, os moradores voltam a depender de transportes alternativos, como vans e carros por aplicativo, muitas vezes com custo elevado e pouca confiabilidade. O momento é de expectativa e cobrança: a população quer — e precisa — de um transporte público digno e eficiente.
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